domingo, 29 de junho de 2014

Professor perde tempo demais com bagunça no Brasil

Um em cada 5 minutos de aulas no país é perdido tentando pôr ordem na indisciplina dos alunos, mostra pesquisa da OCDE

Comparando o Brasil com as nações ricas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os professores brasileiros trabalham mais: 25 horas semanais, contra 19 na média de outros 33 países. Mas quando se analisa como este tempo é gasto, a coisa muda de figura.
Os docentes aqui perdem 20% do tempo em aula para manter a ordem, ou seja, lutando contra a indisciplina e pedindo calma.
Como outros 12% são gastos em trabalhos administrativos – tais como o preenchimento de chamadas – chega-se ao tempo de aula que é traduzido em ensino: 67% (não 68%, como se poderia supor, porque a OCDE arredonda as porcentagens).
A média de tempo efetivo em sala de aula nos países da organização é 79%.
Na Finlândia – um exemplo batido, mas sempre lembrado, de excelência educacional - o tempo chega a 81%.
Na Coreia do Sul, outro país de altos resultados em exames internacionais, fica em 76,9%.
Os resultados fazem parte da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), divulgada hoje pela OCDE.
Muitos especialistas em educação batem na tecla há anos de que é possível conseguir melhores resultados no país apenas tentando utilizar de forma mais sábia o tempo já disponível em sala de aula. 
A Talis ouviu 106 mil professores dos anos finais do ensino fundamental em todo o mundo. No Brasil, foram 14,2 mil, de 1.070 escolas.
Comento:
Creio que os resultados só não são piores, ainda, graças à ação de alguns professores que não curvam o joelho à pegagogia do lascado que contamina a educação à brasileira com vitimismos e paulo-freirizações as mais rasteiras. Uma gororoba pedagógica que mistura socioconstrutivismo, cidadania e ética com temas transversais, socialização e, quiçá, talvez, perhaps, may be, até alguma reflexãozinha – esta, claro, desde que seja na base da “conscientização” que só reproduza o senso doutrinário. De preferência, aliás, que a educação seja “para o futuro”, não para hoje. Nisso, inclusive, o país melhorou tanto que continua nos últimos lugares nos rankings internacionais da Educação (confira).
O resultado?  Uma escola rebaixada ao aluno, sem autonomia, gestão nem respaldo social para elevá-lo – o aluno – a um nível razoável de Educação e Cultura. Some-se a isso uma preguiça macunaímica e a resistência, o repúdio à autoridade e à hierarquia– que já vêm [da falta] de berço e o fato de que pensar dói, dá trabalho, leva tempo uma mentalidade bem formada. O professor tem que se esgoelar e se esfalfar pela atenção do aluno em meio à anomia da sala de aula, onde a permissividade é tanta. Completa inversão! Qualé? Bom mesmo é ostentação, claro, na base de bonés, tênis e roupas de grife pirateados e gadgets contrabandeados, tudo com direito a pose de bacana no Face.  
Na ponta, ainda tem progressão automática, cota e bônus para conduzir um enorme contingente de analfabetos funcionais (aquela gente que, além do próprio umbigo, não sabe distinguir entre fato e opinião, mesmo desenhando) para a universidade. Então o ciclo se fecha. Ali, na universidade, formam uma massa política e ideologicamente manobrável e todo o processo retroalimenta a cadeia das inépcias sob o rótulo de Educação Nacional. Assim, privilegia-se a estultice em detrimento do mérito, o coitadismo e a desmotivação dão a tônica e os alunos, que pelo menos essa incongruência sabem reconhecer (e isso eles sabem!), dela se beneficiam pois, ao fim, serão condecorados com o diploma. Um pedaço de papel que, no Brasil, vale muito mais do que o conhecimento.
Todos nós fingimos – nisso somos bons – que não sabemos de tudo isso. Afinal, Educação é aquele negócio que só é bom no currículo dos outros.
Ah, sim: a culpa – ou a responsabilidade, como queira – não é só de Governo, não é mesmo? Este é apenas e tão somente o que mais se aproveita da maçaroca toda. Até porque, convenhamos, analfabetismo funcional & analfabetismo político caminham a par da estultice na via de mão dupla que elege, mantém, aplaude e defende oportunismos, assistencialismos e cafajestagens entronizados neste, eternamente, País “do” Futuro.

O Grito de Guerra da Mãe-Tigre

O livro, de Amy Chua, conta a história incontestavelmente honesta, muitas vezes engraçada e sempre instigante de uma mãe radical (ou seja, que vai à raiz das coisas e de seus objetivos) e se opõe de maneira drástica à indulgência dos pais ocidentais na educação de seus filhos. Mas é basicamente a história das expectativas de uma mãe em relação às duas filhas e os riscos que está disposta a enfrentar para prepará-las, no presente, e muni-las de habilidades para o futuro.
Como ser uma Mãe-Tigre
Diferentemente da típica mãe ocidental, a mãe chinesa acredita que:
1.     os deveres escolares são sempre prioritários;
2.     um A-menos é uma nota ruim;
3.    seus filhos devem estar dois anos à frente dos colegas de turma em matemática;
4.     os filhos jamais devem ser elogiados em público;
5.    se seu filho algum dia discordar de um professor ou treinador, sempre tome o partido do professor ou do treinador;
6.    as únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão de praticar são aquelas em que pudessem ganhar medalhas;
7.     essa medalha deve ser de ouro.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Águas de junho

A arte de Johannes Stötter

Para descansar o olhar, um “momento Kodak”.
Johannes Stötter, artista italiano, é especializado em pinturas corporais. Seu trabalho ressalta a arte da camuflagem, na fusão de forma e fundo com temas da espiritualidade e da natureza.
Um sapo tropical multicolorido, pintado sobre o corpo de cinco modelos:
                                                                            (Foto de Meinhard Niederstätter)


O vídeo mostra como foi feita a imagem.
Teste seu olhar: consegue enxergar uma pessoa em meio às pedras?
Um fanstasma? Um menino transparente?
Para conhecer mais da arte de Johannes Stötter, clique aqui.

sábado, 14 de junho de 2014

A abertura que o Brasil merece

                                                                                                          Charge de Sponholz

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A certeza da insegurança

É inegável o crescimento do Brasil na última década. Só não vê quem não quer ouvir. A taxa de homicídios já bateu recorde: só em 2012 foram 56.337 assassinatos, segundo o Mapa da Violência, que compila os dados. É mais do que o número de vítimas no conflito da Chechênia, no período de 1994 a 1996. Leia mais, aqui.
A ONG americana Social Progress Imperative também mantém um ranking da qualidade de vida em 132 países, o Índice de Progresso Social. Entre os principais aspectos analisados, está a segurança pessoal. O Brasil aparece como o 11° país mais inseguro do mundo. Fica atrás de países como Angola e Paquistão. Confira, aqui.
Se isso é preocupante? Aí, já é com você! Creio apenas que os números são parte de um todo, onde se inclui um inegável desequilíbrio moral e uma estarrecedora tolerância com a criminalidade que, no Brasil do PT se traduz, por [péssimo] exemplo, na cumplicidade de “fazer vaquinha” para pagar as multas judiciais de mensaleiros presos. Aliás, julgados e condenados por juízes cuja indicação para a Suprema Corte de Justiça do país partiu de Lula e, mais recentemente, de Dilma Rousseff.
Ah, sim: isso nada diz sobre a criminalidade no país da Copa do Mundo Perdido de 2014? É vero. Também não diz ao oposto disso. Apenas expõe a certeza de que, pelo menos nos quesitos violência e segurança, progredimos bastante. Para pior.

domingo, 1 de junho de 2014

Deus e o diabo

Por Carlos Brickmann
Ó céus, ó raios!
Em Aquiraz, pertinho de Fortaleza, CE, Tarcília Bezerra começou a construir um anexo em seu cabaré; e a igreja neopentecostal fez forte campanha contra a construção, com orações contínuas. 
Uma semana antes da inauguração, um raio incendiou o cabaré. Tarcília processou a igreja e o pastor, responsabilizando-os pela “intervenção divina” que destruiu a obra. A igreja alegou que não houve prova de intervenção divina a partir das orações.
Comentário do juiz, na audiência de abertura: “Pelo que li até agora, temos de um lado a proprietária de um prostíbulo que acredita firmemente no poder das orações e do outro lado uma igreja inteira que afirma que as orações não valem nada”.
Leia mais, aqui.