sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Só isso...

Ao livrar os mensaleiros do PT do crime de formação de quadrilha, a turma do Supremo Tribunal Federal-STF que votou a favor dos colegas – Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Teori Zavascki e Roberto Barroso – deixou um recado: os distintos não são ladrões, viu, gente? Elles continuam presos só por causa do crime de corrupção ativa, mas não são ladrões.
(A)parece que, no entendimento daqueles ministros, para formar uma quadrilha seria preciso firmar um contrato em cartório, do tipo sociedade anônima, com número de pessoa coletiva e demais formalidades do estatuto de uma empresa. Que nem todo bandido faz, passando recibo e tudo, antes de juntar o bando.
Então, anotem aí: elles não são ladrões, são só corruptos.
Não são ladrões.
São só corruptos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O bando

Paródia de A Banda ironiza os professores que tentam transformar alunos em idiotas com a versão stalinista da História
Do blog de Augusto Nunes
Esta é uma peça de humor. A música que originou essa paródia chama-se “A Banda” e é de autoria de Chico Buarque de Holanda. O autor ou sua família não têm nenhuma relação com a letra da paródia que foi feita por Filipe Trielli. O autor da paródia se isenta de qualquer remuneração sobre os direitos autorais da mesma.
O BANDO, de Filipe Trielli
Estava à toa na classe o professor me chamou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Me encheu de frase de efeito destilando rancor
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
O mensaleiro que contava dinheiro parou
E o blogueiro que levava vantagens pirou
A Namorada que gostava de Beagle
Parou para retocar a maquiagem
O Sakamoto que odiava o sistema curtiu
A Marilena que andava sumida Chauiu
A esquerdalha toda se assanhou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Estava à toa na classe o professor me chamou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Me encheu de frase de efeito destilando rancor
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Não tive saco pra encarar Bakunin nem Foucault
Gosto do Chico e acho que ele é um grande cantor
O Professor falou que a coisa mais bela
Era explodir bomba feito o Marighella
A Marcha rubra se espalhou e a direita dormiu
O Paulo Freire virou santo e f***** com o Brasil
A Faculdade toda se enfeitou
Pra me lobotomizar, me transformar num robô
Eu vi que o capitalismo era feio e cruel
Eu vi que em Cuba era bom e que eu amava o Fidel
Anotei tudo no iPad e pus no computador
Depois eu vou te ensinar porque eu virei professor
Filipe Trielli, mensaleiros, O Bando, paródia, quadrilha

O inferno da perseguição

Óscar Arias (para El País)
“Os lugares mais quentes do inferno estão reservados àqueles que num período de crise moral se mantiveram neutros.”
Quero juntar minha voz ao coro de preocupação que se ouve em grande parte da nossa América.
Multidões de estudantes e cidadãos que se opõem ao governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro foram brutalmente atacados com armas de fogo pelas forças de segurança.
Em nenhum país verdadeiramente democrático alguém é preso ou assassinado por discordar das políticas do governo ou por manifestar em público seu descontentamento. A Venezuela de Maduro pode fazer todos os esforços de oratória para vender a ideia de que é efetivamente uma democracia. Cada violação dos direitos humanos que comete nega na prática tal afirmação, porque sufoca a crítica e a dissidência.
Todo governo que respeite os direitos humanos deve respeitar o direito de seu povo de manifestar-se pacificamente. O uso da violência é inaceitável. Recordemos a advertência de Gandhi: “Olho por olho e o mundo inteiro se tornará cego”.
Sempre lutei pela democracia. Estou convencido de que, se não existe oposição numa democracia, devemos criá-la, não reprimi-la e condená-la ao inferno da perseguição, como parece fazer o presidente Maduro.
O governo da Venezuela deve respeitar os direitos humanos, sobretudo os dos opositores. Não há nenhum mérito em respeitar apenas os direitos de seus partidários.
Martin Luther King Jr. disse que “os lugares mais quentes do inferno estão reservados àqueles que num período de crise moral se mantiveram neutros. Num determinado momento, o silêncio se converte em traição”.
Estou consciente de que estas afirmações me deixarão exposto a todo tipo de crítica por parte do governo venezuelano. Serei acusado de imiscuir-me em assuntos internos, de desrespeitar a soberania nacional e, quase com certeza, de ser um lacaio do império.
Sou, sem dúvida, um lacaio do império: do império da razão, da tolerância, da compaixão e da liberdade. Sempre que os direitos humanos forem violentados, não vou calar-me. Não posso calar-me se a mera existência de um governo como o da Venezuela, é uma afronta à democracia. Não vou calar-me quando estiver em perigo a vida de seres humanos que apenas defendem seus direitos de cidadão.
Vivi o suficiente para saber que não há nada pior do que ter medo de dizer a verdade.
(Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica, prêmio Nobel da Paz de 1987. É membro do Clube de Madri, uma organização sem fins lucrativos composta por 81 ex-líderes de Estados Democráticos, que funciona para fortalecer as instituições democráticas. Veja, aqui quais os países e seus representantes no Clube de Madri.)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Brazzziiilll-zil-zil-zil!, Educação, zero!

Mãe pede para escola reprovar filho que não sabe ler
Segundo informações do portal G1, uma mãe, que não teve o nome identificado pela reportagem, pediu à direção da Escola Estadual Malik Didier Namer Zahafi, no Bairro Pedra 90, em Cuiabá (MT), para reprovar o filho de 10 anos, estudante do quinto ano do 'Ciclo de Formação Humana' – que corresponde à quarta série do ensino fundamental, por ele não saber ler nem escrever.
"Ele só sabe copiar do quadro, então acho melhor retê-lo do que aprová-lo sem que ele apresente condições para isso", disse ao G1. Ela afirmou ter exposto a situação durante reunião realizada recentemente entre a assessoria pedagógica da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e pais de alunos, mas a resposta foi que não poderiam retê-lo, pois o sistema de ensino não permite. "Eles [direção da escola] dizem que ele [filho] aprenderá no tempo dele, mas não acho normal. O que será do futuro do país?", questionou a mãe, que é estudante de pedagogia.
De acordo com a mãe, que trabalha na escola onde o filho estuda na função de auxiliar de limpeza, além do filho, outros alunos da instituição de ensino enfrentam a mesma dificuldade.  "Tem muitos alunos em situação pior ainda, porque já estão no 7º ano e não sabem ler nem escrever", disse. Ela contou que o filho só consegue escrever se estiver copiando do quadro, mas não consegue entender o que escreve. É como se estivesse desenhando. O garoto é filho único.
Em entrevista, o secretário da unidade de ensino, José Carlos Oliveira, afirmou que sistema de ciclos determina que o aluno não pode ser retido.
"Ocorre que nas escolas 'cicladas', independentemente do aluno saber ou não, ele não pode ser retido, porque também existe a questão de idade e série", disse. Ele deu como exemplo um caso que ocorreu no ano passado, quando a escola recebeu um aluno da rede municipal que tinha 13 anos e fazia a 4ª série, mas a escola não pôde matriculá-lo nessa série e o 'elevou' à 8ª série.
Leia mais, aqui.