terça-feira, 9 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
A cabala sob a fumaça das pesquisas eleitorais
“Há três espécies de
mentiras: as mentiras, as mentiras sagradas e as estatísticas.”
(Mark Twain)
(Mark Twain)
Ninguém
é tolo de contestar toda e qualquer pesquisa eleitoral. Alguma deve ser séria. A
pesquisa funciona pelo método de amostragem para apontar a opção política num
dado momento. É uma interpretação de um recorte da realidade. Logo, não é a
realidade.
Nem
ninguém é tão ingênuo a ponto de não reconhecer que as pesquisas erram e erram
muito. A favor e contra todos. Apenas repetem esquemas eleitorais que vêm se
deteriorando quanto mais se degenera o eleitorado que tem de decidir não pelo
melhor, mas pelo ‘menos pior’. Que enterra nas urnas, junto com seu voto, sua
desgraça, seu desagrado e descrença.
Os
motivos dos erros nas pesquisas podem variar do viés ideológico ao fato de se
superestimar as intenções de voto no candidato que segue na liderança e
subestimar os votos indecisos, brancos e nulos. E estes podem mudar todo o
cenário, de repente, não mais que de repente.
Muitas
pesquisas são feitas naquela de torturar os números até que digam o resultado
desejado por quem as contratou. Parece o caso daquelas que disparam vantagem de
tal candidato para influenciar os distraídos da pátria e os lúmpens desdentados
com o oba-oba do “já ganhou”.
Variam
também os resultados como varia mais ainda a confiabilidade dos
institutos. Partidos e candidatos há
que, se não compram votos, compram pesquisas para induzir o eleitor a erro ou a
votar naquele que "está na frente". Alguns institutos só funcionam em épocas de
campanha. Estes, se não pertencem a empresas de comunicação, têm vínculo com
grupos políticos. Daí não é raro, nas eleições municipais, surgirem pesquisas
de encomenda. Servem de alerta, pois, para avaliar a consistência dos resultados
dessas cabalas feitas para iludir bocós.
As
pesquisas podem mudar a opinião dos eleitores? Sim. Principalmente os que votam
sob o ronco das torcidas. Ou do estômago. Mas todo o ruído em torno delas nem
sempre é opinião: pode ser apenas o arroto dos que comemoram a mama pregados às
tetas do poder. Da mesma forma, nem é legitimidade todo resultado: é de tudo o
resto, falta de opção.
E
por falta de opção, votar no menos pior já é motivo mais do que suficiente
para não votar.
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