As tampas de bueiro no
Japão são emblemáticas da força da Cultura para refinar o sentido de uma
civilização. São obras de arte com motivos que variam conforme o lugar. Cidades e distritos têm seus desenhos próprios
e as criações são incentivadas pelas autoridades locais. Tudo muito diferente
das crateras podres ou das pichações grotescas vistas por todo o Brasil – e
estas ainda são “interpretadas” como um código, uma “nova gramática urbana” por
parte de debilóides ‘politicamente corretos’ que veem naqueles rabiscos
esquizofrênicos a expressão de uma identidade.
No caso brasileiro são, sim,
a identidade da carência de Educação e Cultura, do atraso e do desrespeito pelo
patrimônio público e privado.
No Japão, a arte não fica
restrita a museus e galerias. Tem espaço na cidade e visibilidade nas ruas. Os
primeiros bueiros decorados surgiram em 1950, como forma de democratização do
espaço público.
Espalhados pelo país, retratam
ícones da cultura nipônica, esculpidos no relevo do ferro e pintados com
pigmentos e resinas extraídos de árvores. São peças sintomáticas do fato de
que, mais do que Educação, a Cultura é o imperioso reforço do status de
evolução e de desenvolvimento de uma sociedade, tanto na sua complexidade
quanto no detalhe.
Será que, um dia, pisaremos esse – ao menos – semelhante chão? Olha para o céu, Frederico!
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