Mais de 8,5 milhões de
alunos brasileiros estão atrasados pelo menos dois anos na escola. Os dados são
do Censo da Educação Básica 2013 e mostram que 6,1 milhões de estudantes do
ensino fundamental e 2,4 milhões do ensino médio não estão na série ideal.
Nessas duas etapas de ensino o país tinha 37,3 milhões de matrículas em
2013. São crianças e adolescentes que reprovaram, abandonaram a escola ou
já foram alfabetizados com atraso. (Leia mais, aqui.)
A taxa de analfabetismo
também cresceu: entre 2011 e 2012, houve um aumento de 300 mil pessoas
analfabetas, com 15 anos ou mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). (Confira.)
Para dimensionar a
magnitude desses dados, considere que, no Brasil, 75% das pessoas entre 15 e 64
anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os
68% considerados analfabetos funcionais e os 7% considerados analfabetos absolutos,
sem qualquer habilidade de leitura ou escrita. Apenas 1 entre 4 brasileiros
(isto é, 25% da população) consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades
para continuar aprendendo. (Veja, aqui.)
Lembre-se: essa gente vota.
Vota, elege e reelege. Lembre-se mais: analfabetismo (absoluto e funcional) e
analfabetismo político caminham pari passu ao atraso nesse país viciado na
filosofia do ‘quanto pior, melhor’, na pedagogia do oprimido, na gramática do
‘tamus lascado’. Pedagogia gazeteira, que reproduz, interdisciplinarmente, na
escola muito risonha e nada franca, o vitimismo, o coitadismo em detrimento do
potencial de aprendizagem, da competência, do mérito, do lé com cré. Espie,
logo abaixo desse artigo, que não falta mesmo gente disposta a rebaixar Machado
de Assis ao leitor(?!) ao invés de se empenhar para formar e elevar leitores à
compreensão de Machado.
Solução? Salvo uma bomba
formidável ou um milagre em contrário, que tal a eliminação do Ensino “Médium”?
A reboque das exceções, ele já funciona assim meio como uma espécie de limbo para
a canalização ou a manifestação sobrenatural do “espírito de estudante” que não
pertence ao corpo de milhões de aluninhos e inhas. Mas que são catapultados para
a universidade, o mercado, a vida.
Então, a coisa ficaria simples
assim: do ensino fundamental direto para a faculdade, com aprovação automática,
sem bônus, sem cota, sem prova, sem cursinho, sem vestibular, sem Enem ou
porteira – tudo carimbado com o dedão porque, afinal, um pouco de burocracia
faz parte, né? Que tal? Pronto! Estariam eliminados os problemas e os dilemas,
pondo-se um fim às discussões, aos gastos com Educação e, mais, à ingratidão
dessa gente inzoneira que paga impostos suecos para receber em troca
desserviços subsaarianos por culpa e obra da imperial desigualdade
sócio-econômica, do capitalismo mercantilista, dos golpes de saliva, das mídias
malandras (aliás, as supremas responsáveis, na dozena lulopetista, por toda a
esculhambação que acontece no Brasil, não é verdade?), das influências dos
astros, do ovo que a marreca não botou.
E assim se faz a arte, a mágica
compulsória de transformar o vento em nada, o nada em voto e o voto nas
nulidades (des)governantes e (des)governadas deste país onde a incompetência
não é crime, não é vergonha, não é ofensa, é carisma...
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