sábado, 12 de maio de 2012

Casa da Mãe Joana

A expressão, conta o historiador Câmara Cascudo, deve-se a Joana I, rainha de Nápoles e condessa de Provença, que viveu na Idade Média. Teve uma vida atribulada e consta que passou a residir em Avignon, na França, por ter se envolvido em uma conspiração em Nápoles, da qual resultou a morte de seu marido André. Dizem outros que foi na verdade exilada pela Igreja, por causa de sua vida desregrada.
Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis de Avignon. Determinou que o lugar tivesse uma porta por onde todos pudessem entrar.
Transposta para Portugal, a expressão paço-da-mãe-joana virou sinônimo de prostíbulo.
Trazido para o Brasil, o termo paço, por não ser da linguagem popular, foi substituído por casa e casa-de-mãe-joana serviu, por extensão, para indicar o lugar ou situação em que cada faz o que quer, onde impera a desordem, o vale-tudo. Uma variante chula da expressão é cu-da-mãe-joana.
O termo também indica que tal casa não possui janela nem porta, onde todos entram e saem sem pedir licença, imperando, portanto indisciplina e desrespeito.
Conta-se que nos tempos do Brasil Império, durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro. Como esses pais-da-pátria mandavam e desmandavam no país, a frase "casa-da-mãe-joana" ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda e salve-se quem puder.
Em 1960, a Casa da Mãe Joana, digo, a capital do país foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília.

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