quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Corrente do bem

“O PCC, facção do crime organizado de São Paulo, sequestrou ontem, em Brasília, 28 deputados da Câmara Federal e alguns senadores. Os sequestradores estão solicitando US$ 1.000.000,00 para a libertação dos reféns. Se o valor de resgate não for cumprido em 24 horas, vão banhá-los com combustível e os queimarão vivos.
Estamos organizando uma coleta e necessitamos da sua ajuda!
Veja o que conseguimos até agora:
- 580 litros de Gasolina Aditivada
- 320 litros de gasolina Premium
- 175 litros de gasolina convencional
- 125 litros de diesel
- 98 litros de Biodisel
- 380 maços de caixas de fósforos
- 214 isqueiros
- 7 lança-chamas
- 108 sacos de carvão
- 1 retroescavadeira
Pedimos que não mandem álcool, pois há o risco de ser consumido pelos deputados.
Se você não reenviar essa mensagem é porque não tem coração...”
É piada, mas... recebi por e-mail e repasso, em solidariedade à causa.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cabeceira

Leio e recomendo:

Justiça com P

A farsa do julgamento do mensalão deixou algo positivo (isto é, concreto, real): serviu para escancarar de vez o fato de que a Justitia à brasileira só consegue alcançar preto, pobre, puta e pacóvio. De um só voto golpe, liquidou com aquele discursinho de “igualdade perante a lei” e decretou que só existem dois tipos de criminosos no Brasil: os que pegam e os que não pegam cadeia. 
Agora, pelo menos, há um paradigma jurídico no qual até o mais absoluto dos analfabetos políticos poderá se espelhar quando se trata da matéria para tirar o seu da reta.
Ou alguém aí apostava que a quinta categoria dos pês, a dos políticos salafrários, já não estava mais do que garantida pela máxima do “tudo pode ser pago e deve ser pago”, tão proclamada pela Justitia convenientemente ceguinha, apesar do esforço – isolado – de uns juízes?
Como corrupto não passa nota promissória (daí a descarada alegação de “falta de provas”) nem é possível pôr na cadeia os cúmplices-eleitores da corja toda, não adianta apelar para uma outra categoria, a de pê da vida. Essa aí, ó, segue empastelada desde a marola das mini-festações que, se muito, serviram para levar às ruas um bando de anarcodrúpedes.
Sim. Tudo pode e deve ser pago. Mas isso nada tem a ver com o cumprimento das penas por conta dos delitos praticados, e sim com o sentido mais estrito da expressão. Os devedores da Justitia não pagam por suas dívidas. Nem ela se recobra do prejuízo que dá a si mesma (e ao país – quem se importa?) ao imolar a autonomia da instituição na bandeja do crime organizado, tudo em nome da “tecnicalidade” do julgamento. Tá!
Mas não, não há motivos para descrença. Nunca se viu, com clareza tão irrefutável, juízes cumprindo o dever de fazer a justitia à moda. Basta ter visto ministros como Zavascki e o novato Barroso, que não participaram de todas as etapas da novela do julgamento arrastado pelos corredores da Suprema Corte por mais de sete anos. Eles poderiam, assim como Toffóli também, o causídico do PT e assessor de José Dirceu, declararem-se impedidos de julgar. Poderiam? Com certeza, por questões de mais íntimo foro, lá estavam, empenhados em seu propósito, cumpridores da parte que lhes cabe nesta barafunda.
No mais, o discurso do vitimismo já estava/está no gatilho das mídias comensaleiras para vender a imagem desses heróis da causa, desses patriotas “injustiçados” de todo o casuístico jus operandi. Tem até filme encomendado e tudo, a ser financiado com verbas públicas para recontar uma história a qual até a carochinha considera uma ofensa ao seu QI.  Então, que a ampla defesa recaísse mesmo na zebra postergatória do resultado que aí está: malandro é malando, mané é mané. A cada um, portanto, conforme o que deve e possa pagar por seus respectivo$ advogado$ e pelas garantia$ democrática$.
A ampla defesa, no caso, recaiu no garantismo, confirmado pelo STF ao aceitar os ditos embargos infringentes. Esse garantismo pode ser traduzido pela ideia de que “a lei garante o direito do indivíduo”. Mas até garantismo tem limite, né? Aqueloutros quatro pês que o digam! Ao fim, a manobra toda não permite mais que uma inferência: garantia, de fato, é a impunidade para a abadia dos mensaleiros.
Já estava tudo garantido. Ou dominado?, pior dizendo!