O
calendário maia não prevê um fim do mundo catastrófico como muitos pensam e sim o
início de uma nova era de segurança, paz e prosperidade.
Em
Divinópolis ninguém precisa se preocupar.
Os
augúrios do calendário maia foram antecipados para o mês de outubro.
Passei
dois dias assistindo ao hilário eleitoral pago e cheguei a essa conclusão.
Em
outubro, logo após as eleições, a depender dos candidatos – a vereador, prefeito
e vice – todos os males vão se dissipar.
Os
valores mais sublimes de uma Nova Era de esperança, renovação, mudança e
atitude, honestidade e trabalho – com alguma variante, são essas as palavras repetidas nos discursos dos candidatos – se disseminarão pelos quatro cantos da cidade.
Vão
se espraiar como ondas eletromagnéticas e emanações de partículas de fótons dos
raios solares, elevando a consciência de todos a um nível superior de alta
frequência evolutiva, jamais vista na história da humanidade. Vão transformar
tudo.
Todos
os candidatos estão imbuídos e irmanados destes mais altos, inexpugnáveis
valores.
A
fauna é variada.
Tem
candidato de peruca apregoando atitude e os de cabelo-barba-bigode-e-cavanhaque
pintados de acaju exaltando a transparência; tem calvo apostando na legalidade da
calvície e tem sindicalista-comunista-chavista a la Chanel...
Tem
os super-heróis sobreviventes dos mais destemidos embates nas ligas da justiça que
disputam a reeleição e candidato ensinando o eleitor analfabeto a contar até
cinco nos dedos da mão. Tem candidato que não tem independência financeira, mas promete
independência legislativa...
Tem
velhos conhecidos que não escondem a velhacaria da novidade e gente nova
prometendo novidade com velhas práticas e ideologias, repetindo aquele mantra
do “ainda somos os mesmos e vivemos...”
Ah,
e ainda tem os enviados de Deus. Estes, os ungidos, portadores de uma crença
inexorável nos desígnios da política.
Mais
tocante de tudo isso, só mesmo os candidatos que declaram amor incondicional
pela cidade e pelos divinopolitanos – o que, certamente, me inclui, não há de
quê, obrigado.
Tantos
são os benfeitores da humanidade dispostos ao sacrifício e às agruras do cargo
que fica realmente muito difícil decidir assim, no relance do pregão
televisivo, pelo voto.
Com
tantas opções equipotentes, pelo menos já defini um primeiro critério para escolher
um candidato: os bonitinhos que me perdoem, mas feiura é fundamental.
Mas,
de fato, os interesses do povo estão muito bem representados e todos os
candidatos têm uma qualidade inegável: são corajosos. Para fazer jus a tamanha abnegação, os eleitores
também terão de sê-lo. Corajosos, muito corajosos.
Terão
de garimpar uma babilônia mais funda que a de Serra Pelada.
É isso mesmo professor, o fim do mundo nos espera! Abraços!
ResponderExcluirAdorei! Hilário! Com essas coordenadas dá até gosto assistir ao horário eleitoral! Melhor que qualquer programa humorístico...Valeu! Jeanne France
ResponderExcluirshow!!!! saudades Ju! ´porque nao me manda mais e-mails? beeeeeijo, malu
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