quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dos contos do reino



Quando a Rainha de Jabá decidiu que cada assalto ao tesouro real será maior enquanto mais o populacho comparar cada novo saque aos mais velhos golpes, decretou: todas as fraudes do reino não passam de ilusão. Seus ministros e conselheiros punguistas proclamaram em coro “Noooooosssaaaa!, como ninguém pensou nisso antes, Majestade?”
Os banqueiros continuaram enchendo o saco de ações e nem te ligo, enquanto Sua Majestade lá, a reinar com a leseira que lhe rendeu e garante o privilégio do trono. 
Os alquimistas é que foram saindo de fininho: pela cara dos conselheiros de Sua Majestade manteúda, já sabiam que viria por aí mais que um decretozinho qualquer despejando sobre eles, os alquimistas, toda a culpa da derrocada das artes e ofícios de iludir o povo com essa conversinha fiada de fraudes no tesouro real. Tudo propaganda enganosa. Afinal o tesouro nunca foi público. Salvo a conta que é de todos, o gasto é que é de poucos, senão dos que mais roubam. Isso a Rainha fez e faz saber.
No mais, livres continuam a farra, a foda e o musaranho, tudo sob a parvoeira do Reino do Bananal de Paradoxos, onde mais preocupam se calham feriados em meio de semana e mais anda a plebe ocupada com seus falsos ídolos, um pônei, um pato e uma pitomba, entre os quais. Quem não entendeu que leia Rabelais e faça como queira, que a ignorância é mãe de todos os males e eu cá vou em busca de um grande talvez.
Pouco e bom quem achou foi o arlequim: “De tudo quanto sei”, pensou, “conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam.”
Então deu uma pirueta e saiu correndo a esparramar a bossa real.
Moral da história: B-o-s-s-a, ouviste? Não confundais.  

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